A maioria de vocês já devem conhecer Chris Brown, para quem não sabe quem é, Brown é um rapper americano, que espancou a cantora Rihanna quando os dois namoravam no início de 2009. (Link da história para quem se interessar, aqui!)
Mas este “post” não é para falar deste caso, e sim para comentar o que Chris Brown disse em seu twitter, sobre a épidemia de Ebola que preocupa o mundo:
Olha, a única “merda” que “está ficando louca” é esse tal de Chris Brown. A epidemia de Ebola é uma coisa séria, e quando uma pessoa pública com milhares/milhões de seguidores, se propuser a falar sobre o assunto, é melhor que não o faça logo após do “cigarrinho”.
Teorias de conspiração, apenas desviam a discussão sobre o assunto para o lado da ridicularização, do senso comum. Isso apenas alimenta a fantasia das pessoas menos informadas, que confundem realidade com o conteúdo barato de produções Hollywoodianas.
Se algum dia, pessoas forem assassinadas pela “simples” razão de “controle populacional”, tenham certeza que não será através de uma epidemia. A epidemia uma vez “lançada”, não tem mais como controlar onde ela vai matar. Começa na África, vai parar na Europa e USA através dos visitantes o Safari, vem parar no Brasil através de um brasileiro que foi passar em Paris, e pronto, está em questão de pouco tempo no mundo todo, podendo atingir até mesmo as pessoas mais poderosas do mundo. Por isso pensar que alguém soltou um vírus assassino por aí , para diminuir a “população mundial”, é burro e simplista.
Ebola já fez mais de 4 mil vítimas só no Noroeste da África. Organizações como “Médicos Sem Fronteiras” já avisaram da epidemia há meses, e mesmo assim, quase não receberam ajuda internacional. De acordo com o “Médicos Sem Fronteira” seria muito mais rápido, barato e humano da parte dos países de outros continentes, caso eles ajudassem a vencer a epidemia enquanto ela ainda está “somente” no noroeste africano, ao invés de esperar que ela chegue à seus respectivos países e se alastre em questão de semanas.
Na região crítica da epidemia faltam: medicamentos, equipamentos, ambulâncias, leitos, roupas de proteção especial para médicos e enfermeiros, transporte para buscar os corpos altamente infecciosos das vitimas fatais, e nessas, ou por essas, condições precárias faltam acima de tudo voluntários e “mão de obra” qualificada. Neste último domingo, assisti a uma reportagem na TV alemã, onde uma médica voluntária da França dizia que pelas condições atuais, os médicos não trabalhavam mais para vencer a epidemia na África, estes apenas trabalhavam para diminuir os estragos causados por ela.
Segundo especialistas, as chances de uma epidemia de Ebola se alastrar na França nas próximas semanas é de 75%. Na Grã-Bretanha as chances são de 50%. Caso essa prognose se realize, a epidemia poderia se alastrar por toda Europa, acelerando a chance de outros continentes serem envolvidos pela epidemia.
Uma catástrofe mundial, pode acontecer há qualquer momento, por isso, em vez de fazer um twitter “pensado com a bunda” e que só servirá como desserviço, já passou da hora das pessoas públicas – e também nós cidadãos comuns, começarmos uma discussão mais séria e eficaz sobre como combater esta epidemia. Um exemplo; você já se informou se os hospitais da sua região estão preparados para atender pacientes com Ebola? Você está por dentro do como os governantes estão preparando os profissionais de saúde para uma possível epidemia? Se não, comece já a se informar meu amigo. Eu já sei pra qual hospital ir nos primeiros sintomas, porque caso a epidemia chegar até a nossa região, não vai sobrar muito tempo para discutir o que deve ser feito.
Em vez de ficar procurando “chifre na cabeça de cavalo”, vamos usar as redes sociais para discutir o que precisa ser feito, para pressionar os nossos governos a ajudar a combater a epidemia ainda na África, evitando que ela venha, ou que venha tão forte, até nós. Brincadeira com celebridade, político e coisas banais do dia a dia não fazem mal a ninguém. Agora brincar com política, saúde e assuntos sérios, isso sim, pode fazer mal para toda uma sociedade.
Voltando ao “fotoprint” do twitter de Brown lá em cima, a tradução do twitter de baixo, que ele postou após vários fãs reclamarem de sua declaração é: “Deixa eu calar minha bunda preta”. Ora Brown, o problema não é sua bunda, nem a cor dela. O problema é quando sai de sua boca o que deveria sair pela sua bunda!